sexta-feira, 10 de maio de 2013

Brasil,Coraçãozinho dos Outros

Noite Boa
Escritório Estamos na varanda olhando o silêncio da rua Papai usava,muitas vezes uma linguagem de sinestesia Dizia:Helenice,quero tocar uma nota branca,horizontal Da Cap
Okey No próximo movimento vou começar a primeira nota e aumentar o número de harmônicos A nota seguinte vai sair de dentro da anterior Depois,ralentandoPlay Back
Bem,a notação paradigmática,convencional tem notas umas em cima das outras (acordes)ou umas ao lado das outras Linha melódica Fiquei muito tempo pensando se poderia fazer,no violão ou piano,uma nota entrando dentro da outra na horizontalUma espécie de intercessão entre as notasMudaria,por exemplo o conceito de intervalo musicalOu,ao invés da nota posterior sair da nota anterior,fazer o contrário Só poderia entender teoricamente isto com um espectômetroUma belezinhaAmanhecia o dia e lá estávamos,os dois Minha mãe meio nouvelle vague,cantando músicas do cancioneiro popular que achei até nas pesquisas do Tinhorão Amo Esta mistura de abandono e marxismo.....Amar é um holocausto de palpitações,envolto num mistério de venturas mis....ela cantava O café fresco...A manhazinha generosa e os dois meliantes sem sono nenhum...Meu pai foi vítima do crime de tortura dos desessete aos vinte e um anos Me contou tudo Na década de quarenta Por isto não foi esquerda nem direita Só servidor público e músico Abominava qualquer forma de crime ou tortura,fosse por razões de direita ou de esquerdaAchei o trabalho de Senghor lá no escritório Arrumei um cantinho prá mim  li tudo Amei Estavam ali na descrição de um guerrilheiro todas as sérias razões da não violência,da resistência passiva pregada por Ghandi sobre quem ele falou a vida inteira Fiz todo o meu atual trabalho de Composição ajudada pelo tratado de orquestração de Rimsk Korsakov que achei aqui no meio dos afarrábios dele Boa Noite Boa BRASIL Coraçãozinho dos outros se me estiver lendo agora

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