quarta-feira, 20 de março de 2013

Matiz da Palavra

MATIZ DA PALAVRA Helenice Maria Reis Rocha CONVICÇÃO Tenho a convicção da dúvida diáspora de inocentes certezas O sentimento do tempo pássaro mudo frente às exatas humanas melodias ergue-se monumental calando compassos e euforias Tudo passa, Veloz ou lentamente O riso tem a geometria do segundo. DESEJO Garras de seda deslizam mansas marcando o ventre da paixão são as tenazes do desejo sem aviso escorrendo como suor liso marcando as entranhas da minha solidão. CIRANDA Uma ciranda em dó maior ceifa o matiz da palavra na garganta Ressoa no ar o grito silencioso de uma voz antiga rude solidão povoada de fantasias e esbórnia Sejamos infames, disse o poeta Sejamos poetas, dizem os infames Neste momento, a gentil humanidade dorme e a dor da noite me corrompe. CACHOEIRA palavras — cachoeira caem na minha retina indefesa Vejo palavras — cristal na tela de doces memórias momentos transparentes de sentidos múltiplos rebrilhando nas facetas do verbo, ao sol palavras metal cortam minhas frágeis expectativas O verbo em mim Se mobiliza. SAUDADE Saudade — Labirinto por vários caminhos a recordação se insere Passeando lenta ora se afasta, ora se adere aos porões da saudade explosão de múltiplas memórias face de várias estradas cristal de direção vária. O ANJO O oco da noite ressombra minha janela Estrelas piscam entre as frestas Um anjo ambíguo aparece num portal Entre rendas e babados espero a sentença do imortal visitante Hesitante ouso interpretá-lo Ele responde: América do sul América do sol América do sal. ANUNCIAÇÃO A anunciação do dia Senhora nossa nos dai A manhã esperada reaparece nas transversais das ruas onde crianças seminuas engolem estranhos metais A anunciação do dia Senhora nossa nos dai E da nossa secreta rima perdida Tirai valor. DIA Dentes de sol mordem a pele de doces devaneios louca epifania de fantasias vãs O homem sonhado me olha de lado e de viés O homem real desperdiça a minha geografia Onde, em que via a humanidade forja o real sonhado? Pelas frestas do desejo a minha alma vazada espia. ANUNCIAÇÃO Varal de risos espiral de avisos a vida anunciada passa ao largo da anunciação Sombras e gritos preanunciam a devoração matéria de vidro, vida, sonho, corte e sal Devaneios sangram nas últimas notícias do jornal. TEMPO Cavalgando o tempo muita gente pensa em ganhar a vida cavalgando o vento muita gente volta antes da partida cavalgando a noite muita gente grita antes do açoite cavalgando o dia muita gente chora antes da agonia. NOITE Uma noite lisa chove calma em telhados sonolentos, Sombras e sonhos avisam a metálica precisão da superfície lunar Joanas e Maria, guardam nas coxias surpreendentes precisões A cidade dorme sonolenta e fria sob a noite lisa. MÃOS Mãos de água fertilizam um anônimo desejo de mundo felicidade de não se ter nada de se estar só com a multidão Gozo de quem vem de outro lugar mas sonha. VIDA A minha vida caminha como espinhela de peixe jogada ao Léu O destino, negociado em suaves prestações, espeta Dos infinitos nãos a síntese alerta Chega a poesia sem pedir licença declara presença e se abanca obstinada aliança entre o que nega e o que proclama. CARROSSEL Carrossel de sombra projetando penumbra passa lentamente sob um céu letárgico pássaros mudos riscam o ar De quanta humanidade vária se constrói o arsenal capaz de se constituir em carrossel À sombra de um sonho cada um caminha vencendo moinhos semeando ventos. DIA BRANCO Um dia branco como as faldas de um desejo dormido Hoje, como ontem a patativa canta em algum lugar em alguma hora La fora os viventes vivem gritam riem sussurram Um dia a mais como qualquer outro as mesmas manchetes nos jornais Aonde a doce visita anunciada a carícia os exponsais? Em algum canto inexplorado Sonho obstinada a celebração da vida. TERRA Cheiro de terra molhada Vestida de anseios mornos O forno do pão relumeia No quarto dos fundos verniz asa de barata e cachaça sabão em barra baratas Lá fora mãe, clarim de voz me chama me ama com anelos de virgem. FINGIMENTO Finjo o olhar percuciente da dor e sigo com anseios de vésperas e certeza de despedidas medidas no peso e no balanço de horas a poesia me fixa ao chão solo de todas as asperezas Na ante câmara do tempo o vento de todas as demoras devasta a fragilidade da razão aflito. FINGIR Finjo que não sou poeta e digo: nunca serei poeta sou apenas a artesã de assimétricas teogonias negando, afirmo e insisto no deslocamento da hierarquia de velhos sentidos. BEBELA Bebela come bala dura desafiando nossa dúbia suavidade. Lá longe, no morro próximo um papagaio perfura o céu Uma criança descalça esfalfa a nossa ambígua civilidade Bebela é linha dura faz xixi no asfalto e nem olha p’ra trás fez dois anos no mês passado. GARGANTA Uma garganta de musgo paralisa uma palavra vadia vazia de significação aterrorizando a inocência esculpida em parcelas de natureza e sol A natureza mobilizando os sentidos potencializa gemidos de cacos de palavras presas na garganta. ISTO risco a dor de não ser isto arrisco o amor de não ter dito sufoco o meu grito aflito grito a dor de não ter visto. FERNANDO PESSOA Fernando Pessoa afirmando, soa a dor de não estar ausente no momento da dor. TEORIAS Da venerável teoria da cloaca o que sobra é a malversada infância denegrida na avenida as buzinas troam atrozes vozes passos alarido E para esse verso sentido nem borra de café? Sobre um pé minha mãe lava as panelas e sente dores atrozes na espinha e sorri e canta a absurda indiferença das horas. MÃE Minha mãe O vício maldito da dor escondida O sol aos bem aventurados e aos vencedores Hoje quero esquecer a metáfora Somos o lado carbonário da vida o que geme e sorri quando chora o que clama e sempre acaricia Não quero perder o fio da meada Somos o tapete mágico onde a musa canta sangrando a dor calada da nossa nostalgia Somos a face hospitalar do mundo dourado dos deuses minha mãe como eu te amo! e não posso nada! SEM NOME Voar ... Voar ... Sem nome Sem família amigos ou pátria pura errância de domingos Sem programa Aonde o sorvete de fel falência das mais doces aspirações? Numa saudade de querer estar em outro lugar e estar ali entre reclamações e gemidos entre cobranças do que é devido vontade de andar ... andar ... para nunca mais. A HORA H A hora de cabelos verdes alcalinos Terra! mil vezes terra Chuva, terra molhada para semear uma sede de nada e contemplar um céu de estrelas em pé de igualdade. VERBO Linhas crespas chovem febris entre a solidão do verbo proclamado e o silêncio entre a usura e a proclamação caminho a eterna fuga da palavra finas bestas usurpam a rude face eterna do indizível com circunlóquios e ridículas gentilezas O que vige está para ser dito mas o inaudito permanece, Selvagem. FIM Não há nada no final do arco-íris além de bruma e voragem pétalas de aço viajam num tempo esquecido Lembrando a insólita dureza das miragens Nada explica a granítica exatidão de uma miragem presença anônima desejo em estado rarefeito solidez e ilusão salvífica impressão de quantos ainda sonham. CASSIZ Sangue de cassiz corre nas minhas veias Ando doce como Licor o olor de velhas lembranças chegam às minhas narinas abertas, como asas sobre a lenta voragem dos dias. LUA Vejo a lua e a sua sombra me assombra a Lua a Lua a Lua a rua a rua a rua assombram o silêncio das coisas. SEM NOME Por onde anda a incerta oscilação das horas quando um pensamento vago circunvaga as dobras da lancinante solidão conheço a dor da carne aberta a faca e a náusea de estranhas secreções pingando fecundas em um quarto de hospital Meu amado é uma montanha branca que retém as minhas vísceras meu sangue ralo meu sentimento em suas mãos Meu amado é uma nave mansa que me arranca da morte e tira os meus pés do chão. DOR O teto O quarto A dor Sentimento sem nome É dor só Dor varada pela doçura do doutor Cláudio Dor não é nome de gente Não merece nome próprio E a doçura do doutor Cláudio Montanha branca de consolo e paz Se amor matasse eu já tinha morrido. TROCA DE PELE Tudo por um triz Refaço as contas do meu rosário Rasgo as minhas vestes Acaricio as marcas da minha Pele de fera Loba no cio Quero o marido das outras O homem roubado Caem-se as máscaras por Terra Insensata ressaca de maresia Já não sou anjo nem bela Mas uma voz secreta se atualiza na singela sabedoria de mulheres ancestrais Um dia, terei o outro p' rá despir a minha pele de bela. CARNE CRUA Usando a crua nudez do verbo essa hérnia me apavora As vezes esqueço As vezes enlanguesce uma absurda fé na vida Acredito, quero acreditar Eu também tenho sorte A operação vai dar certo Eu mereço. O POLVO Um polvo apavora a cidade com seus tentáculos tritura os pobres os loucos os amantes as mulheres as crianças Todos dão tudo o que têm as casas as escolas o corpo a vida e a alma e não pagam o preço do polvo A polis e o polvo se juntam numa ciranda louca e os justos embalam O sonho de um mundo melhor. PAIXÃO E FÉ Uma fé inocente nos seres e nas coisas a Terra da esperança deve ser assim A alquimia da palavra cria realidades transporta sonhos as vezes brutais as vezes banais A dura economia do desejo resposta frugal mobilizando a armadilha de todos os abandonos. Quem sobrevive a isto? Talvez algum ser primal anterior a todas as prisões. A PROCURA DOS SENTIDOS O desenho do lápis baila este estranho desatino de buscar sentidos nos labirintos de palavras escondidas nas dobras de alguma memória Se eu dissesse castelos teria que dizer quais Se eu quisesse mistérios — teria que dizer tais Quero tão somente a mudez das horas e não encontro. FABULAÇÃO Participo da natureza das pedras corro com as águas que molham os matinhos menstruo caminho o meu olhar com as correições de formigas amanheço nua eu, pobre mulher de tudo esquecida tectônica rima de tudo o que é vida desconheço ofícios delego antigos vícios a quem quiser e interessar possa. NUDEZ Toda nudez me comove repito um milhão de vezes espero sempre a sentença dos sentidos Cada minuto Cada sono Cada ausência A despedida de quem vai Os exponsais As exéquias Nada supera a exatidão da nudez Seja a das crianças a do tempo Os sentidos da nudez me absolvem. ARQUEOLOGIA DO VERBO Quero a anti-poesia Chega de palavras belas “O caso, estrelas, nostalgia...” Quero o anti-poema A heróica concretude da pedra Chega de belezas eternas Tudo o que é chato pede rima Quero a palavra que fere A fúria das meretrizes Um gole de veneno num dia de sol. A DANÇA DA VOZ Ninho de pérolas a dança da voz seduz como aconchego de morada de pássaros nos discursos nas orações nos rituais nas falas ancestrais a fala mágica atávica atada ao vício de dizer o inaudito colada ao destino de dizer o esquecido a voz nas esquinas nas missas nos cantos nos jograis Na poesia o império da voz se atualiza. QUALIDADE SEM NOME Cicio do ar Voz do vento Lamento a geometria das folhas secas revoltas na poeira de velhas estradas engenharia de um mundo perdido no tempo de antigas sensações A dura lição do mundo atualiza multidões Luzes Aglomerações A poética do metal se sacraliza sangrando a pele imberbe de ruas virgens que teimam em permanecer vazias intocadas Sem mancha dos amontoados de casas comerciais. PALAVRAS Cristal de pedra dura sensibilidade forjada no alto forno de uma álgebra de exatas palavras fanal de vésperas a ante-câmara de todas as esperas apolínea firmeza das horas certas Tudo o mais é nada diante de uma poética da exatidão. TEATRO Uma fala de guizos alegra as cercanias de cidade risos piruetas evoluções o Teatro das ruas das avenidas, dos corações Um tempo sem pátria se presentifica Uma mímica sem brincos sem ornatos Me invade a percepção a velha pergunta quem alegra os palhaços? Se faz Teatro dentro de mim. ESTRANHA CRIATURA Gilete nas pontas dos cabelos Sou esse ser cindido Metade choro Metade riso Metade mel Metade perigo Cheiro de rosas nos pelos Sou criatura barroca Metade barro Metade oca Sempre pronta p’ ra algum risco. DA NATUREZA DO POEMA Quero um poema verde desfolhando incertas impressões adolescente e imberbe como os filhotes em dia de amamentação Um poema imaturo Verde, verdinho como um bezerrinho indefeso Quero um poema azedo como frutas campestres azedo, azedinho como balas e papel crepom. METÁFORA Corcel branco riscando o céu de um pensamento vadio a certeza da manhã se faz presente Entrementes um sentimento rubro como a tormenta viola a branquidão da manhã Quem se faz anunciar tão lentamente como a voz de um presságio distante? O Dia vem longe cavalgando a branquidão violada de uma manhã distante Corcel negro riscando como bala o véu da noite a certeza do dia se faz ausente Pai nosso que estais no céu Que será de nós na imprecisa configuração do dia quando todas as desculpas tiverem nos esgotado? Rubra tormenta Viola a manhã. PELE A pele das coisas tem a textura de um dia Frágil sangra a dor do nosso suor sustenta a carnação da vida A pele das coisas tem a nervura nervosa dos dedos dos amantes A pele da vida as vezes dói. AMIGO As vezes a dor supera a poesia E esse exercício parece banal, até perverso Como diminuir a dor do meu amigo no hospital? SOL Teia iluminada uma trama muda invade o sol do meio dia As horas param A urdidura do silêncio da luz aquieta todos os alaridos comove todos os sentidos trama pressentida da nudez das horas. BATISMO Tigres de vento rasgam o ar ferocidade feracidade medida na balança felinidade Os tigres de vento arranham o ventre da cidade A cidade grávida de homens – tigre riscando as ruas os céus os mares homens – fera batizando o ventre da cidade. O GRITO O desenho do grito tem a urgência da dor A emergência do grito lateja nos porões da cidade mendigos putas crianças desfilam mapeando maltrapilhagem nas avenidas principais O desenho da dor tem urgência do grito emudecido pelas luzes de neon, pelos cristais. X A incógnita da voz O silêncio da palavra tatuam a superfície das coisas mudas O sentido cala O que ressoa é a dúvida Quem sabe mesmo a face real das denominações? Como cabra-cega caminho pelos labirintos da linguagem o secreto destino dos que não a sabem mas desconfiam fiando secretas fabulações no estilete do que não se diz assim como o escultor constrói nos vão da pedra. NOITE Como um solo de violoncelo minha solidão invade a singularidade da noite antigos cicios e sussurros bailam o solo da memória Nem sei mesmo se era de violoncelo ou de sax Um músico na madrugada meu pai tocava gaita, e chorava eu, poeta meu pai, poesia. DOR DO MUNDO Mói Dói A engrenagem do mundo Me cabe um papel menor o de juntar meus cacos numa esquina ou de jantar sozinha em um restaurante imaginário nenhum negócio da china me consola não sou grande, nem poeta, Tenho apenas um pobre coração vagabundo. A PROCURA DAS MATEMÁTICAS A solidão é uma álgebra tem sua matemática A nostalgia de um apito de trem comove move a parafernália de antigas nostalgias O só, ouve o ruído do silêncio, percebe estranhos personagens, rostos misteriosos talhados na madeira de alguma móvel o rachadinho de uma xícara em um cristaleira Uma estrela nova no céu O só, ouve o riso do vento, e continua só, como um teorema. VITRAL Cacos de um vitral filtram uma distraída viagem da luz pelos desvãos do ar desenhando as sombras e as cores no chão Vida estilhaçada em matéria de corte e sol Vida – Vidro, pelas mãos do artesão do sagrado tremeluzindo dentro da catedral. MINAS Suave linha do horizonte encontro de céu e Terra num momento só Tão só momento vastidão dos montes destas minas gerais, encanto do ar Espero em Deus, poder todos os dias saldar os montes deste mundo mar mar que se esconde nas montanhas quietas esperando calmo quem nunca vai lá mar de montanhas como só minas sabe mar de montes verdes que eu sempre hei de amar. VIDA A urdidura do grito ressoa sangrando a aridez das coisas Tecido que ressalva a vida Salva reurdindo novas teias novos dramas Salva ressurgindo novas urgências novas penas A urgência do grito se faz presente. EU, MULHER Eu, mulher, grito a dor de todas as vezes que bailei entre abismos sangrando os pés na linha fina do trapézio — vida Punhal na barriga sempre à flor dos lábios Eu, mulher, grito a vida solapada pelo pai, pelo filho e pelo espírito santo no momento da bofetada insana Deus nosso pai se faça presente e venha resgatar-me a vida Tramada em risco. PEQUENO APOCALIPSE A viragem acontece em linha reta flores chovem febris sobre o urro pressentido ferinas falas ferem a epiderme das palavras As pedras gritam Uvas sangram nos quintais Toda a cosmogonia se retorce aflita O sacrifício dos justos a aranha da morte tece Da trama pressentida uma fenda em algum desejo vão apodrece A ternura dos amantes ainda caminha muda sobre a Terra Barrando a potência do punhal na natureza. CONSPIRAÇÃO Singela conspiração de murmúrios Doces e tépidas carícias a doçura dos amantes se atualiza sobre a exata fabulação dos dias Quem dera fosse na veia das paixões a passagem para o país de todas as ternuras. HOMENAGEM À GARDENAL Ernesto Gardenal Poesia que tem mãos e que resgata as vísceras de todo sentimento do humano rasgar de carnes na devoração de eternos sacrifícios Centelha de um coração em chamas nas portas das prisões dos prostíbulos dos hospitais Ernesto Gardenal recolhe a dor dilacerados na ponta da palavra. O PALHAÇO A dança dos sentidos embriaga o bordador do tempo artesão de antigas cronologias fabula orgias Juiz de um espetáculo findo no começo de velhas artesanias astuto artesão de belas cosmogonias. TEMPO Quem virá para cancelar minha poesia? O que dá vida, o que ceifa Quem pode, no final, saber a colheita? Ele decide, ele aceita Ele nega, Ele afirma o secreto caminho das horas. ARQUEOLOGIA DO GRITO Tigres de fogo incendeiam os véus da noite rasgando as virginais vestes das noivas equação de feroz simetria equilibrando o sonho nos porões poesia solta na cidade Tigres de fogo desnudam a pureza sentida de um gemido na noite. Í N D I C E CONVICÇÃO ............................................................................................... 1 DESEJO ..................................................................................................... 2 CIRANDA .................................................................................................... 3 CACHOEIRA ............................................................................................... 4 SAUDADE ................................................................................................... 5 O ANJO ....................................................................................................... 6 ANUNCIAÇÃO ............................................................................................. 7 DIA ............................................................................................................... 8 ANUNCIAÇÃO ............................................................................................. 9 TEMPO ...................................................................................................... 10 NOITE ....................................................................................................... 11 MÃOS ........................................................................................................ 12 VIDA .......................................................................................................... 13 CARROSSEL ............................................................................................ 14 DIA BRANCO ........................................................................................... 15 TERRA ...................................................................................................... 16 FINGIMENTO ........................................................................................... 17 FINGIR ...................................................................................................... 18 BEBELA .................................................................................................... 19 GARGANTA ............................................................................................. 20 ISTO .......................................................................................................... 21 FERNANDO PESSOA .............................................................................. 22 TEORIAS .................................................................................................. 23 MÃE ........................................................................................................... 24 SEM NOME ............................................................................................... 25 A HORA H ................................................................................................. 26 VERBO ...................................................................................................... 27 FIM ............................................................................................................ 28 CASSIZ ..................................................................................................... 29 LUA ........................................................................................................... 30 SEM NOME ............................................................................................... 31 DOR .......................................................................................................... 32 TROCA DE PELE ..................................................................................... 33 CARNE CRUA ........................................................................................... 34 O POLVO .................................................................................................. 35 PAIXÃO E FÉ ............................................................................................ 36 A PROCURA DOS SENTIDOS ................................................................. 37 FABULAÇÃO ............................................................................................ 38 NUDEZ ...................................................................................................... 39 ARQUEOLOGIA DO VERBO ................................................................... 40 A DANÇA DA VOZ ................................................................................... 41 QUALIDADE SEM NOME ........................................................................ 42 PALAVRAS ............................................................................................... 43 TEATRO .................................................................................................... 44 ESTRANHA CRIATURA .......................................................................... 45 DA NATUREZA DO POEMA ................................................................... 46 METÁFORA .............................................................................................. 47 PELE ......................................................................................................... 48 AMIGO ..................................................................................................... 49 SOL ........................................................................................................... 50 BATISMO ................................................................................................. 51 O GRITO ................................................................................................... 52 X ................................................................................................................ 53 NOITE ....................................................................................................... 54 DOR DO MUNDO ..................................................................................... 55 A PROCURA DAS MATEMÁTICAS ........................................................ 56 VITRAL ..................................................................................................... 57 MINAS ...................................................................................................... 58 VIDA .......................................................................................................... 59 EU, MULHER ............................................................................................ 60 PEQUENO APOCALIPSE ......................................................................... 61 CONSPIRAÇÃO ........................................................................................ 62 HOMENAGEM À GARDENAL ................................................................. 63 O PALHAÇO ............................................................................................. 64 TEMPO ...................................................................................................... 65 ARQUEOLOGIA DO GRITO .................................................................... 66

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