sexta-feira, 22 de março de 2013

A Barca da Noite

A BARCA DA NOITE Helenice Maria Reis Rocha O GRITO DO NADA Sobre o nada regateio os meios dias sapateando nos espinhos das valas Quando calas, me desvaneço Tu, rosto sem face que me espreita Sou esse rosto sem rosto que me observa Indigno ser errante de um erro sem nome Batizo as estradas com meus pé voantes revolvendo terra beijando o pó da minha espera. A RIMA Joana não tem dentes Maria espera um noivo Clarinha está doente Joaquina não tem parentes Julinha baila nas avenidas e João ficou demente Entre tantos desatinos o que mais me assombra também me desafia Entre tantos rumos só um me desatina: como atravessar o trapézio equilibrando a rima? O ÓCIO Despetalar o ócio esse o ofício de quem cria informando o rumo de um trabalho sem preço Desmascarar o ofício esse o rumo de quem oferta sua cria no altar da consumição Desamarrar os rumos esse o gosto de quem sentencia o doce exercício de vaticinar as horas Desarmar a verve esse o dever de quem arruma palavras em verso explicitando a vida. A FUGA De outro tanto a outrossim escapei da lábia de Caim Não caí no poço fundo da amargura Arquitetei bem a fuga No lado obscuro da armadilha finquei minha geração plantei meus dias vazios dormi sem preocupação. Na cova do desenredo enterrei as sementes do medo e gritei por precaução. A PASSAGEM O adro da igreja se desmancha no ar As reuniões de família são trituradas no pó da lembrança Dança minha intacta intuição do fim na garganta A poesia toda me consome Sem nome, perambulo pelas ruelas do tempo. Onde, os talheres do almoço O passo miúdo de Belinha? O canto da mãe? No âmago do esquecimento que tudo passa Até as risadas dos colegiais. TIA EDITH A voz da prima me comove A Maria do Carmo veio visitar Edith Reis e ela morreu A vida vai e vem como as gangorras nos parques Nem o câncer permanece A voz da prima me demove. Não vou mais chorar os meus mortos elas não voltam mas espreitam o meu fim. O ESCARRO Eu queria uma doença venérea não posso, sou moça casta Nem o pó dos espelhos me deseja. Só a tosse me namora Eu queria a vida em tempo record, com toda a sua nudez descarada. Entre a benção e a maldição escolho a longa ausência que me bendiz e o escarro. A GRIPE A gripe, a gripe, a gripe que não é espanhola e vem sem adereço me sucumbe Sou toda abismos e catarro As praças e as ruas me expulsam ao coro da minha tosse Me afundo, me abundo numa cama de colossos esperando passar a gripe Uma ausência de síntese me constrange. O VERSO Cada porção de verso é uma sentença e isso me aborrece Me inunda a falta de juízo correndo solta nas ruas Tenho o vício de contar as pandorgas e de sentar de cócoras Sou uma poeta cerebrina e vejo a cidade com palavras escolhidas mas a cidade não me vê e isso é bom. A CIDADELA No meio de uma praça invisível armei a minha cidadela Nela não entravam os funcionários do rei ou as damas da corte Ninguém via as flores ao redor do muro invisível indizível teorema de paz indecifrado cilada de lobos refúgio de mansos. O VAZIO O vazio que habita em mim é visitado por um passarinho cantante parcela de vida e sol desdenhando meu rumo sem ninho essa falta de jeito esculpindo mazelas em nesgas de nada O vazio que habita em mim é rasgado de valas onde caem os cadáveres dos meus sonhos. O AVISO Vim de algures sem trazer bagagem tateando alhures os portos da viagem. Quem tem sono tem sombra cobrindo a carne adormecendo a medula em colo manso Tenho do meu sonho a memória de um grito e da passagem, um aviso. A FALTA Neguei, neguei a esmola adormeci a memória e mastiguei a carne em dentes mansos Não sou a ferida do mundo espero a muito tempo um beijo e não tenho. Deus sabe a falta que me falta e ainda me lança fardos. Neguei, mas um dia eu dou, com calma e honrarias aquilo que te falta. SENTENÇAS De onde vem o grito que me batiza a pele Quem é o cordeiro que me banha as vísceras O que é o susto que me deixa alerta Espero respostas, encontro sentenças. VIDA NUA Lendo a rua descreio da aventura de viver As pedras escrevem o barulho seco de passos nus assinando os paralelepípedos de rumos. Os bons e os maus humores batizam essas ruas Viver é algo mais que rasgá-las compassos de vida nua. A BOBA Um branco vertical molha o meu verbo Verve! Verve! Para que serves diante da loucura das crianças? Um branco horizontal atravessa o meu verso Verve! Verve! a quem serves senão aos loucos? Sou a horizontal e a vertical dos bobos. O RISO E O GRITO O riso que o meu gesto esconde não anuncia as manhãs riso tímido de quem galga montes a passo miúdo Desconfio do vendaval das espécies A redistribuição de rendas? Duvido Mas amo o latido dos cães e o grito dos meninos. VENERANDA FACE Endereço ao certo e ao já sabido o meu escárnio enquanto as religiões me consomem Sei da dúvida da solidez do verso da fome Comando meu escarro e beijo minhas fontes na face dos que me antecederam. NATAL Meu olhar desata rios nutrindo carícias Desamarro a respiração dos dias amando o tempo lento, voando sobre o carmim das horas Oro, é natal Isabela exulta o natal foi na casa dela o cristal das falas me embala O alecrim do verbo batiza as salas e as crianças nas ruas gemem como Belinha quando está só. CHUVA Enfim a chuva declarando água lavando as pedras Afirmo a minha profissão de fé na chuva abençoando os charcos Batizo os sapatos de pura água e o dia transcorre sem nome A terra lança cheiros de pós abissais por quase nada. LA LUNA A lua engole a noite A noite se deita sobre a rua acariciando a pele dos amantes A língua da noite lambe os passantes e grita o silêncio do açoite murmurando mel nas alcovas Minas conspira. AS ÁGUAS Uma procissão de águas desaba nos desbarrancados soterrando gritos açoitando os negócios imobiliários Água, barro e carne batizam a terra fecundando o fim As pedras gritam especulando o olhar agudo da dor A Litania dos mortos se cala gemendo A cidade acolhe. PALAVRAS De todas as palavras malditas a que mais me acolhe mobiliza o verbo O verso não canta, corta gritando sentidos O verbo não fala, cala amarrando gemidos. AS HORAS Amo a doçura dos loucos a mansidão dos velhos o tecido das falas Amo o lado obscuro das salas os acordos inconfessáveis o absurdo das valas Amo o impossível de amar nas encruzilhadas dos rumos Amo o desvairado rumor das horas. O PÓ Transpirar o pó como quem sabe do barro a face construindo sobre a terra o andar dessa morada de carne que habito Hei de voltar ao pó exalando o tempo mascarando o fim Hoje as ruas me fecundam a pele em ventres novos Com pássaros na garganta grito os começos e sigo. A CENA A sentença que esse verso encena não anuncia o fim Trapézio de silêncios ao rumor das falas olha calada as arestas do verbo Sou um manso teorema de um começo sem nome Batizo os pássaros e tenho fome. A MINHA CARNE A carne que me batiza não desatavia as manhãs Antes anuncia enigmas proferindo alto os nomes das profanações Difamei o sagrado rumo das horas Informei o sacro ofício dos rumos Prossigo, selvagem. LADEIRAS As ladeiras clamam músculos para a alegria das subidas Na descida todo santo ajuda Declino das ruas como quem profere avisos e sigo Quem não tem nada, tem ruas e o mudo olor das tardes. BEM-TE-VI Cansei das vozes e das falas Prefiro o mudo augúrio dos meus cantos e prefiguro a sorte, calada Nada me anuncia alvíssaras além do pio do bem-te-vi no meio do dia. PASSOS Não sei quem me alinha os passos Só ando em caminhos estranhos tirando das vísceras meus dardos lançando ao vento meus gritos Não sei quem me embala os abalos Só sei que clamo. A ORIGEM Na origem o balanço dos começos declara o silêncio Vejo o ondulado das ruas, namoro o desenho das pedras sobre os pés Não tenho nada Só o início e o fim dos meus dias. INTRÓITO Danço com o meu verso triste uma valsa e esse par insólito me consola Sinto através dos dias uma falta e essa ausência me denuncia Os dias seguem esse mudo intróito. O ARSENAL Um arsenal de silêncio invade minhas entranhas A paz vem das vísceras onde o mudo caminho do grito se instala Um desfile de avisos se cala na minha garganta Tenho a palavra e o presságio. O FIM Trafego ruínas como quem dobra sinos O que foi, foi sabendo ao silêncio e ao fim Tão consoladores os fins O que não tem fim não dá descanso. A TRAVESSIA DAS FALAS Fala Aparecida! Amo sua voz e seu gemido Fala Maria! Amo seu riso proscrito Fala Luísa! Amo seu grito Fala Joana! Amo sua gana Fala mulher! Procura quem te quer que a vida urge! O BATISMO DAS FALAS Os rios que correm nas falas não deságuam no mar antes sussurram mansos nos sulcos da palavra ou gritam nos cernes das pedras furando o duro equilíbrio pétreo O batismo das falas não tem nome. FESTA Esqueci as asperezas e proclamei o meu dia de festa Nas janelas, flores nas ruas, amores Não conheço as dores do parto e já abençôo a agonia No dia do juízo estarei alerta. O CONVITE Assombrei o tempo com fantasmas simpáticos Desvelei o outro lado da sombra dançando no umbral dos vivos Os mortos nos sorriem desdenhosos nos cantos esquivos da lembrança Canto o dia fatal que virá como um convite. SACRO OFÍCIO Me escondi no altar das feras em dia de sacro ofício Ninguém me achou, nem parentes nem amigos O dia e a hora da devoração despetalam o futuro proscrevendo ritos A hora do vôo nem sempre desvela o grito. O GRITO DO SILÊNCIO Um cordeiro desesperado urra o sacro ofício dos santos e essa dor calada dos sacrificados ecoa pelos quatro cantos. OFERTÓRIO Construindo a voz dos famintos de toda espécie esculpo parcelas de gritos Nas entrelinhas do meu verso livre gritam os que nunca tiveram amor gritam os que nunca tiveram parentes gritam também os que tiveram e os que têm fome Eis o meu ofertório de gritos. AS CRIANÇAS A aragem do cio frutifica os campos Os quintais cantam nas quimeras imaginadas Hoje, o urro mudo das crianças batiza as ruas O inominado permanece irreconhecível no cimento cru. Não tem certidão de nascimento É natal. O REAL E O NADA O eu lírico é um mentiroso que finge delicadezas Quem é e não é baila em ásperas estradas descaminhando entre o real e o nada. MEU RISO Quero da calma a medula o matiz mesmo do silêncio mas amo o grito das ruas o gemido solitário dos sinos os risos Vejo o dia como quem planta gritos e rio o meu riso sereno de loba. AGORA Tudo está para amadurecer O verde dos tempos planta raízes nas ruas tudo está por acontecer O que não veio, virá nú revivendo as manhãs tudo é agora quando a vida nem batizou as horas e os minutos não têm nome. O SILÊNCIO DO TEMPO Vejo as raízes das horas olho O tempo molha as avenidas mudo sempre mudo porque nós é que falamos O tempo fecunda os destinos e olha, calado. OS DESCAMINHOS DO TEMPO Aquela rua era como um vão sem rumo Os velhos abençoavam mansos suas pedras As crianças acreditavam nela Aquela rua era como uma vala sem bruma As mulheres caminhavam nela Os homens as acompanhavam Aquela rua corre perdida os descaminhos do tempo. UM VERSO MANSO Esculpi um verso manso nas curvas das estradas Nem os fortes derrotam a mansidão de um verso Enganei o perigo e me entreguei inerme ao pacto inocente com as manhãs A calma viração das manhãs abençoa o desfile dos dias. PETRÔNIO E O MAR O mar mora dentro de mim Nas minhas veias navegam peixes e dançam piabas Atravesso as montanhas de Minas cheia de mar como o Petrônio Bax e rezo. O SONO DAS CRIANÇAS O lírico despertar dos meus gritos acorda o sono das crianças Grito como as mães cantam A epiderme desse canto desliza pelos cantos da minha ausência. MARIA ! Maria, porque te fizestes tão mansa dentre as mulheres! Pari com dor, ofendi aos santos, pequei! É tanto o meu amor que a santidade não cabe nele Perdoa Maria. GLÓRIAS PASSADAS Lavei as pedras da rua do meu amado Benzi seus beijos inflamados Bendisse suas mazelas Hoje, calço minhas chinelas e danço na soleira da porta as glórias do amor que vivi em sonho. O GOZO O gozo não tem hora nem pressa Quem tem dos dias a memória do gozo tem também a glória de ser livre Mastigo os minutos como quem bendiz as horas e bendigo também a assinatura dos segundos. MAZELAS Tatuei minhas mazelas de santas aspirações O riso do meu desejo visitou minhas entranhas Minhas vísceras apontam para o nada onde nem o punhal ou a carícia se encontram A vida apunha-la minhas relíquias ferindo fantasmas que encontrei. A TATUAGEM DA ESPERANÇA Insisto inclemente na esperança Entrego ao pó das ruas o gemido dos loucos exijo respostas A gargalhada do destino me espreita e me deita na cama dos desesperados Levanto e rio mais alto. ANCESTRALIDADE Meus ancestrais gozam de boa lembrança só não saem das tumbas porque não têm hábito O balé dos mortos ainda não despedaçou meus ritos Brinco o despetalar dos dias como quem inventa gritos. Meus ancestrais, sólidos na lembrança, riem. A ARQUEOLOGIA DO VERBO A arqueologia de um verbo mutante atravessa meus ossos como um catavento movimenta sentidos Assim perfurada reviro meu siso Vejo clarividente mutação dos começos em chuvas de radicais As palavras e seus fins inventam malícias. MEUS OSSOS Os ossos que a minha carne sustenta balançam os chamados da paz agüentam as provas que essa carne exige engendram passos sobrevivem. A SEIVA DOS DIAS Rabiscando nadas no tempo a poesia finge sentido Eu queria mesmo é ver os primos comer pão recheado enganar o juízo Escrevendo cicatrizes em valas a poesia vive ao abrigo e a vida escorre na seiva dos dias. DEUSES O diabo não me engana porque tenho parentes e amigos que me enganam mais Uns dizem: Tens talento outros; nem tanto mas o meu secreto poder de confundir meus fardos enfurece os deuses que bendigo. O PIVETE Sou poeta, quem há de negar? O lírico rumor das esquinas me chama Vou, sou poeta e o pivete me assalta. AMOR DELIRANTE O suor fino da chuva transborda a secura da tarde Antes só a saudade apunhalava a dor Hoje, deliro as folhas de uma ausência O amor não veio amo, sem resposta. OS PASSOS Os passos do silêncio caminham sobre meu entendimento deixam pegadas limpas, mas cruéis Sou esse longo momento de espera quando alguém diz não e eu ouço, sim. DESAFIO Lanço aos céus um desafio saber o que há de mim em ti e o que há de ti em mim Lanço aos milênios uma provocação saber o que há de amor em nós além do fim anunciado. O SENTIMENTO DAS HORAS Estou livre e não sinto as horas As pandorgas sujam o céu e me consolam Tenho pena de mim, de ti, dessa distância que nos condena ao fim e deploro Nada sei de amor e às vezes, imploro. LINHA DO HORIZONTE Dançando sobre a linha do horizonte vejo os dois lados do mundo Posso cair a qualquer instante num abismo bem fundo Esse, o engenho do artista Se erguer do abismo num trapézio imaginário. O SUL DO CORPO Seivar a urgência de carícias alimentando a paisagem da ternura A usura dos amantes é a economia da ternura A seiva subindo a paisagem do corpo como mãos que beijam O sul do corpo em festa. O ESCONDERIJO DO ANJO Uma esperança suada dança nas avenidas canta no grito dos pregões chove no choro das crianças O ano se esconde no fim ao longe os aviões arranham o céu alvíssaras. A FALA DO SILÊNCIO A paz das ruelas atravessa meus cernes Sou aquela que espera o companheiro na noite espreitando o rumor da madrugada Sou a fala do silêncio beijando o murmúrio das estradas. A CARNE DO GRITO A carne do grito apodrece nas trincheiras Onde descansa a pele da criança nua atravessando meus rins? No olhar das ruas Excruciantes ruas de espasmos cruéis. A PALMA A palma da alma bóia na trilha dos caudais Um caudal de avisos risca a palma Um caudal de risos rabisca a alma. A UTOPIA Desornada face de uma idade sem lugar a utopia sussurra saídas dos túneis da esperança O balanço dos fins não tem preço O sorriso dos pássaros guarda as entradas. GRITOS DE VÉSPERAS Viscerais gritos das vésperas clamando os mansos para o festim das bodas pedindo aos fortes para deporem as armas Vesperais gritos de ontem os que vão nascer vos saúdam. O SALÁRIO O salário dessa parca vida me constrange Vejo no sono dos esquecidos a inocência dos anjos e isso me entorta os juízos que me restam Não sou presença na memória dor ou riso. OS ANOS A realeza dos anos descansa aqui, na minha mão jorrarão pássaros da minha verve Terei descanso porque não dei aos vermes o festim da devoração vim de ontem, atesto hoje meu sinal de presença amanhã, quem sabe, as esquinas batizarão a minha carne a tarde sussurrará a minha ausência a toa. O POEMA A carnação do poema se faz verbo em flor Toda a dor desse entreato se consuma na palavra Falo do amor da sua ausência em mim, em ti no clamor do tempo Canto as ruas, nuas ou bem ou mal canto Canto a palavra em semente e cor Canto o grito em semente e dor. O PÃO O pão que me acolhe não floriu o meu sangue, antes me esvaziou as veias Veio do pedido exangue em dias de horror As portas que me espreitam a face me recusam o abraço antes se calam, inermes Conheci o eito e deito-me ao relento conheço um lençol negro de estrelas me abençoando o peito. PACTO DE SOL Os domingos e as praças comungam a hóstia do silêncio e não precisam do cordeiro O corpo do sacrifício é uma ausência Nada grita além dos chamados dos meninos Os domingos e as praças se abraçam Pacto fatal de sol e tarde. DESPEDIDA Adeus poesia Vou prá bem longe onde os homens não rezam ou recitam só amam. Í N D I C E O GRITO DO NADA ............................................................................ 1 A RIMA ................................................................................................ 2 O ÓCIO ................................................................................................ 3 A FUGA ................................................................................................ 4 A PASSAGEM ...................................................................................... 5 TIA EDITH ............................................................................................ 6 O ESCARRO ........................................................................................ 7 A GRIPE ............................................................................................... 8 O VERSO ............................................................................................. 9 A CIDADELA ........................................................................................ 10 O VAZIO ............................................................................................... 11 O AVISO ............................................................................................... 12 A FALTA ............................................................................................... 13 SENTENÇAS ....................................................................................... 14 VIDA NUA ............................................................................................ 15 A BOBA ................................................................................................ 16 O RISO E O GRITO ............................................................................. 17 VENERANDA FACE ............................................................................ 18 NATAL .................................................................................................. 19 CHUVA ................................................................................................. 20 LALUNA ............................................................................................... 21 AS ÁGUAS ........................................................................................... 22 PALAVRAS .......................................................................................... 23 AS HORAS ........................................................................................... 24 O PÓ ..................................................................................................... 25 A CENA ................................................................................................ 26 A MINHA CARNE ................................................................................. 27 LADEIRAS ............................................................................................ 28 BEM-TE-VI ........................................................................................... 29 PASSOS ............................................................................................... 30 A ORIGEM ........................................................................................... 31 INTRÓITO ............................................................................................ 32 O ARSENAL ......................................................................................... 33 O FIM .................................................................................................... 34 A TRAVESSIA DAS FALAS .................................................................. 35 O BATISMO DAS FALAS ..................................................................... 36 FESTA .................................................................................................. 37 O CONVITE .......................................................................................... 38 SACRO OFÍCIO .................................................................................... 39 O GRITO DO SILÊNCIO ...................................................................... 40 OFERTÓRIO ........................................................................................ 41 AS CRIANÇAS ..................................................................................... 42 O REAL E O NADA .............................................................................. 43 MEU RISO ............................................................................................ 44 AGORA ................................................................................................. 45 O SILÊNCIO DO TEMPO ..................................................................... 46 OS DESCAMINHOS DO TEMPO ......................................................... 47 UM VERSO MANSO ............................................................................. 48 PETRÔNIO E O MAR ........................................................................... 49 O SONO DAS CRIANÇAS .................................................................... 50 MARIA ! ................................................................................................. 51 GLÓRIAS PASSADAS .......................................................................... 52 O GOZO ................................................................................................ 53 MAZELAS ............................................................................................. 54 A TATUAGEM DA ESPERANÇA ......................................................... 55 ANCESTRALIDADE ............................................................................. 56 A ARQUEOLOGIA DO VERBO ........................................................... 57 MEUS OSSOS ..................................................................................... 58 A SEIVA DOS DIAS ............................................................................. 59 DEUSES ............................................................................................... 60 O PIVETE ............................................................................................. 61 AMOR DELIRANTE ............................................................................. 62 OS PASSOS ........................................................................................ 63 DESAFIO .............................................................................................. 64 O SENTIMENTO DAS HORAS ............................................................ 65 LINHA DO HORIZONTE ...................................................................... 66 O SUL DO CORPO .............................................................................. 67 O ESCONDERIJO DO ANJO .............................................................. 68 A FALA DO SILÊNCIO ......................................................................... 69 A CARNE DO GRITO ........................................................................... 70 A PALMA .............................................................................................. 71 A UTOPIA ............................................................................................ 72 GRITOS DE VÉSPERAS ..................................................................... 73 O SALÁRIO .......................................................................................... 74 OS ANOS ............................................................................................. 75 O POEMA ............................................................................................. 76 O PÃO .................................................................................................. 77 PACTO DE SOL ................................................................................... 78 DESPEDIDA ......................................................................................... 79

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