sábado, 8 de novembro de 2014

Poyesis Simplesmente

Poyesis Poyesis,em estado de dicionário,significa fazer algo.Trabalhar.A linguagem poética,próxima do delírio,não tem as condições necessárias à funcionar como comunicação útil ao modo de produção capitalista.Interregno entre as funções pragmáticas da linguagem que quer comunicar,estado de suspensão com sentidos abertos à várias leituras,estabelece uma ruptura,tanto com o valor de uso quanto com o valor de troca.No entanto,muitas pessoas lêem poesia. E sentem um profundo bem estar,uma ruptura com as defesas que nos leva a sempre estarmos atentos com as necessidades de sobrevivência.Leva-nos ao inconsciente.Mário de Andrade,André Breton,sugerem até a livre associação nos primeiros estágios de fazer poético.Prescinde dos meios de produção porque só exige lápis e papel.Nos joga deliciosamente no caos,na desestruturação que aproxima o ser humano do orgasmo.O fazer artístico produz um hormônio que é o mesmo produzido no orgasmo.Neste momento o ser humano está desfocado da mercadoria que exige vigilância,concentração,está descentrado .Neste momento o ser humano,como diria Bandeira,pode dançar um tango argentino,ir embora para Passárgada,frequentar lugares que não são lugares,rever hierarquias,recomeçar amores....pode o que não pode no real,no mundo dos valores de troca.Está perto do sonho que,segundo Freud é o momento privilegiado para a realisação dos desejos mais reais.Desejos estes que se contrapõem à sublimação exigido para a manutenção do foco na produção da mercadoria.Estado de espírito delicadamente selvagem e sutil,pois não se percebe um poeta fazendo poesia.Toda a civilização entra em balanço. Helenice Maria Reis Rocha

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