sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CANTO LIV

CANTO LIV

Dizer não canta,soa

captura de uma voz sempre
adiada

Os espinhos da palavra
            germinam
Os fios da fala não se calam

A palavra fere ou acaricia
Solerte equação do verbo

Essa voz viaja um longo
                  vôo

pelas esquinas do silêncio
             e dos discursos

Antiga litania de gritos
             ou murmúrios

a geografia desse verbo
               fere espaços

sangra e escoa

helenice maria reis rocha

Um comentário:

  1. Olá, Helenice! Seus versos me comovem. São fortes as palavras que você escreve. Pesco expressões em seus poemas para dar-lhes novo sentido; construo imagens que sua poesia me sugere e tento estar nessa "esquina do silêncio e dos discursos" e na geografia do verbo que fere espaços.
    Voltarei aqui sempre que puder!

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