sexta-feira, 28 de novembro de 2014

AMIGO

Amigo Reminiscências dançam nas vétebras da memória....... as salas do tempo trazem o amigo...... que sobe a rua cantando...... vou com ele...... aprendo a música...... paralelepípedos e ladeiras crestadas de sol........ cantamos....... conversamos pelas madrugadas...... a impossível síntese da pedra filosofal...... amamos........ cada permanência branda de discreta tolerância........ quem ama o amigo não tolera,permite......... leve nuance de alteridade branda....... e as ruas se esvaem ao som de um canto a dois........ até sumir numa saudade........ Helenice Maria Reis Rocha

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PAZ E AMOR

Paz e Amor Quando substituimos o desejo por um objeto que o represente estamos fetchizando.Há pessoas que gozam só com o tamanho dos pés de alguém.Se amamos por uma escolha religiosa ou cultural,estamos fectchizando também.O amor é um valor em si.Não importa em que Igreja ou Sinagoga eu ore.O que importa é que estou orando.Entendo a oração como um profundo rito orgiástico no qual se verbalisam desejos.E desejos bons.Se somos feitos do mesmo barro podemos beber água de várias fontes.Olho o céu estrelado e me lembro do Tio Lúcio.Tínhamos uma doce comunhão com tudo o que é vivo. Passávamos manhãs inteiras no jardim da vovó observando as joaninhas,as pequeninas teias de aranha,formigas....as vezes um flilete de sol batia nos cabelos dele e ele se iluminava todo.Morreu com um estranho câncer que começou na boca.Este é o grande mistério da existência.Pessoas em harmonia com o amor,com a vida serem tragadas por este tipo de morte.Se as religiões fetichizam o que é um valor em si(o amor,a vida)podem também ter um poder de ciência através da verbalização oralisada de desesjos profundos da humanidade....Desejos de PAZ,de PRAZER,de VIDA,AMOR,que verbalisados,acionam os neurônios e se transformam em estados de espírito que curam,em ações que salvam.Helenice Maria Reis Rocha

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Mente

Mente Se as emoções que sentimos alteram o funcionamento dos neurônios,é provável que possamos decodificar que tipo de emoção provoca qual tipo de alteração fsiológica do neurônio e o que acontece com as moléculas do corpo em face deste tipo de informação.Por exemplo,sinto uma profunda ternura por uma criança:que interações acontecem,em face disto,com relação ao interior dos neurônios E,neste momento,que interações estão acontecendo dentro da estrutura molecular,tomando como corpus,uma parte do organismo e assim sucessivamente até mapear todo o corpoÉ necessário saber que região do cérebro responde à um sentimento leve como a ternura

Gil e as Dunas Brancas

O Primeiro contato que tive com Gil,devia ter uns desessete anos Ele subiu a rua cantando...."eu venho das dunas brancas....onde eu queria ficar....estendo os olhos cansados....por onde a vista alcançar...."Fui atrás dele ,andamos um pouco Pedi a ele que me ensinasse aquela canção Nos últimos anos chegamos a conversar sobre como descobrir que informação emocional leva a informação do câncer para os neurônios e o que acontece com os neurônios diante desta informação.Aí,me pergunto.....se seria possível modoficar a informação e mudar a mensagem que os neurônios estariam levando para o resto do corpo.Gil os neurônios e eu no meio da madrugadaGil fez o elogio da alegria o tempo todo Mas uma alegria vinda de dentro do coração,até sem exteriorização às vezes Rimos muito pelas madrugadas Papai,Katinha,Gil e eu....As farinhas da casa acabaram.....Estou esperando meu irmão....Saudade

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A Psicanálise e a Morte

A psicanálise não encontra representações para a morte.Portanto,nunca me imaginei com câncer mas acabo de retirar um em meu seio.E tenho que fazer cinco meses de quimioterapia.E tem mais,tem um buraquinho que não fecha depois da mastectomia parcial que fiz e se começar a quimioterapia com este buraquinho aberto pode se instalar aí uma infecção fatal.Estou entregue ao bom senso dos médicos.Mesmo assim,aqui na casa do meu irmão,fico identificando as escalas que os passarinhos cantam debaixo da janela.O câncer já foi retirado,meu seio está livre.Aguardo.Desejo ardentemente viver.Tenho quase sessenta anos,vivi uma vida meio alternativa,sou professora,fui apresentando meu trabalho em congressos internacionais Tenho várias publicações intercaladas entre estados brasileiros e EuropaAcordo de manhã sob a luz do olhar doce e sério de meu irmão me aconselhando a dormir mais um pouquinhoMinha cunhada me recebeu de braços abertos,uma grande alma.Mas tem o buraquinho com sua possibilidade de ser janela aberta prá infecção.Ada,minha prima,me disse uma vez que a vida é uma questão de abrir a janela certa.Quero acreditar na vida,quero acreditar no bom senso dos médicos.Tem mais não Helenice Maria Reis Rocha

domingo, 9 de novembro de 2014

A Metáfora Parafuso

A Metáfora Parafuso Barra,Beiras,Cabeceiras,...como diria Guimarães Rosa.Se fosse Barra,isoladamente seria objeto de consistência dura,comprido,de ferro ou madeira.Se fosee Beiras,isoladamente,teria o significado de margens,Cabeceiras ,isoladamente teria o significado de cabeceiras de rios.Juntas,formam uma linda cadeia de sons que aí estão unicamente para formarem esta cadeia de sons.Quando alguém diz:entrei em parafuso,quer dizer,fiquei preocupado.Talvez,a forma do parafuso,niquelado,dê a impreção de complexidade,o que nos remete ao significado de preocupação.Numa linha de montagem,passar um parafuso,significa fazer seguir a linha de montagem A metáfora,entrar em parafuso,significa pensar,meditar,expande o significado.Dentro da linha de montagem significa gesto reproduzido.A linguagem metafórica expande significados,a linguagem coloquial circunscreve.Viagem rumo ao indefinido campo de possibilidades das significações não se circunscreve ao universo previsível da linha de montagem.Por isto,Barra,Beiras,Cabeceiras estão aí juntas muito mais por causa do som do que por causa dos significados apesar de Cabeceiras e Beiras poder nos conduzir às beiras dos rios bem em consonância com o universo Roseano do Sertão.O Sertão da meia luz no meio da noite,dos grilos cantando,povoado pelo canto das coruja,Sertão de Diadorim,mulher menino,metáfora de masculino e feminino numa androginia plena de significados.Entrar em parafuso,parafusar uma idéia,ficar parafusando,na linguagem metafórica de Minas significa ficar pensando,meditar.Diferente do gesto repetitivo da linha de montagem.Barra,Beiras,Cabeceiras....O Sertão vige dentro do homem.Helenice Maria Reis Rocha

sábado, 8 de novembro de 2014

Poyesis Simplesmente

Poyesis Poyesis,em estado de dicionário,significa fazer algo.Trabalhar.A linguagem poética,próxima do delírio,não tem as condições necessárias à funcionar como comunicação útil ao modo de produção capitalista.Interregno entre as funções pragmáticas da linguagem que quer comunicar,estado de suspensão com sentidos abertos à várias leituras,estabelece uma ruptura,tanto com o valor de uso quanto com o valor de troca.No entanto,muitas pessoas lêem poesia. E sentem um profundo bem estar,uma ruptura com as defesas que nos leva a sempre estarmos atentos com as necessidades de sobrevivência.Leva-nos ao inconsciente.Mário de Andrade,André Breton,sugerem até a livre associação nos primeiros estágios de fazer poético.Prescinde dos meios de produção porque só exige lápis e papel.Nos joga deliciosamente no caos,na desestruturação que aproxima o ser humano do orgasmo.O fazer artístico produz um hormônio que é o mesmo produzido no orgasmo.Neste momento o ser humano está desfocado da mercadoria que exige vigilância,concentração,está descentrado .Neste momento o ser humano,como diria Bandeira,pode dançar um tango argentino,ir embora para Passárgada,frequentar lugares que não são lugares,rever hierarquias,recomeçar amores....pode o que não pode no real,no mundo dos valores de troca.Está perto do sonho que,segundo Freud é o momento privilegiado para a realisação dos desejos mais reais.Desejos estes que se contrapõem à sublimação exigido para a manutenção do foco na produção da mercadoria.Estado de espírito delicadamente selvagem e sutil,pois não se percebe um poeta fazendo poesia.Toda a civilização entra em balanço. Helenice Maria Reis Rocha

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A CIVILIZAÇÃO ANAL

A CIVILIZAÇÃO ANAL pensando no acordo planetário que associa valor trabalho a papel como símbolo de troca.... tenho me detido,algumas vezes,nas fazes de desenvolvimento psiquico afetivo da humanidade... que envolvem negociações de troca...Na fase anal,a criança retém ou libera as feses para agradar ou desagradar à mãe...Quando libera as feses,libera algo culturalmente marcado pela idéia de sujidade e tem como prêmio,a aprovação da mãe ou até algum presente,representado por um doce,um carinho.....etcEm termos do modo de produção capitalista...,oferecer dinheiro significa receber o prêmio representado pela mercadoria... Os genocidas do século vinte insistiram permanentemente em noções de "pureza racial""limpeza étnica"...O sentido de dinheiro também vem no século vinte,desde o cristianismo medieval,marcado pela oposição entre o que é espiritual,portanto"limpo" e o que é "material" portanto "sujo..."É possível inferir que as relações que a humanidade estabelece com a noção de dinheiro,se situem em leituras que nos levem para a dita fase anal...Bem,sempre trabalhei por ser musicista,junto com meu pai,que era músico... Mais de onze horas por dia...Ao longo de uns vinte anos...De dez à quase trinta anos...Trabalhávamos de madrugada até o dia amanhecer...Ele tinha pouco dinheiro e eu nem ligava prá isto...Se observo as flores,não quer dizer que,por observá-las,que elas sejam minhas...Se uma folhinha de papel...,que representa um acordo planetário.... passa por mnhas mãos...,ou pelas mãos de meu pai...,passava,aliás,porque ele já morreu...,não havia aí nenhum acordo intrinseco de propriedade...,passaria para outras mãos...Se a consanguinidade mantém um acordo planetário que garante aos filhos heranças de papel..,no sentido mesmo de fetchicisação...,não há ,no caso das famílias pobres...,nenhuma propriedade fetchicizada mas,no mais das vezes,trabalho comum,para a sobrevivência daquele grupo...Então,termos como...,dinheiro de família...,noções de propriedade..,são acordos dcorrentes dos modos de produção de cada territorialdade ou cultura...Mas,o que mantém estes modos de produção é unicamente o trabalho..Se a noção de propriedade é conceitual...,fruto de uma abstração... a diferença consiste em:...quem constroi a casa e quem vai desfrutar dela...Porque este conceito não levanta concretamente a casa...Ou da possibilidade de que quem construiu uma vivenda também tenha direito a uma...Mas mesmo para aquele que construiu a sua própria casa o sentido de propriedade é conceitual Abstrato....O que resta então!!!!...A própria humanidade!!!!...Como irá interagir para garantir a vida de toda a população planetária... ,ao abrigo das intempéries...Se a relação com o acordo abstrato que dá poder a um pequenino pedaço de papel está relacionado com a fase anal é provável que...,chegando à realidade mesma do prazer...,seja possível à pessoa humana definir o que vem primeiro...,o alimento que agrada e dá prazer...,a carícia que acalma...,ou um pequenino pedaço de papel...,que pode autorizar ou não a vida...,uma vez que...,até a possibilidade de nascer...,está ligada a custos e preços...Esta delegação de poder a um pedacinho de papel... é uma transferência de poder da autoridade do pai...,nas sociedades patriarcais...,e do poder da mãe,,,,nas sociedades matriarcais...Gostaria de me deter a seguir...,no que considero a ideologia do sacrifício...,que vem desde às sociedads tribais até ao cristianismo moderno... Sacrificados são os que não servem de força de trabalho à um modo de produção...,qualquer que seja ele...,as virgens...,os que não produzem mercadoria,...(amo Lorca,se fosse mãe,irmã,parente ou amiga,descobriria o nome dos militares que lhe roubaram a vida),...ou quem quer que fosse...,bem,a idéia cristã de um sacrificado que assim o é para libertar a humanidade de seus pecados,...justifica bem a perpetuação de um discurso hegemônico....Hora,em nome da vida,chega de qualquer ideologia de sacrifício